De agosto de 2017 pra fevereiro de 2020 muita coisa aconteceu. Incluindo a mais drástica delas. Eu, morando sozinha (sem pai, mae ou Estopinha) na Bahia!
Estou teclando deitada na minha cama de casal, usando um teclado bluethooth conectado à minha tv de 40 polegadas, no quarto de uma casa de tres quartos que eu mesma aluguei. Dá pra acreditar?
Nunca tinha parado pra pensar sobre isso, mas escrevendo agora, soou tao incrivel.
Um dia estava assistindo Netflix com minha irmã, no outro, pegando um voo pra Salvador e mais dez horas de onibus ate Irece.
Tá achando que cheguei aqui ontem? Em setembro ´(dia 10´, pra ser mais específica), será o segundo aniversario da minha vinda pra terra do feijão.
Já chamei gente pra dividir a casa, já expulsei gente... Tive dois gatos, perdi os dois. Um pra uma anemia muito forte e outro "fugiu" enquanto estava de ferias no Ceara. Tô triste, não tô feliz. Descobri que odeio dividir meu espaço, a menos que seja com um gato.
O melhor daqui é o silencio, ao mesmo tempo que é a pior parte. Não tem mais a Amanda cantando de manhazinha e eu pedindo pra ela calar a boca, ńao tem latido da Kiki, Suria, nem Hulk, nao tem a Meg, nem a Estopinha me chamando pra dormir de conchinha. Tento não pensar muito nisso e lembrar que tô aqui também por eles.
Os vejo uma vez por ano ou quando faço chamada de video pro meu pai e ele vai buscar de um por um pra "falar" comigo (menos a Estopinha, porque ela morre de medo da voz dele).
Dessa vez a despedida foi de partir o coração, meus olhos enchem d'agua so de lembrar.
Por enquanto, preencho meus dias com trabalho e aulas de pilates. Espero incluir "escrever no blog" a essa lista. Alem de estudar, cuidar das plantas (tres pes de tomate e um de maracuja - como consegui plantar isso? Um misterio que nem a Nasa, nem Freud responde), meditar e aprender italiano.
Entao é isso, espero estar aqui mais vezes pra fazer o que gosto no mundo: RECLAMAR!
E se reclamar, eu vou reclamar de volta.
