9 de outubro de 2013

Eu nunca tive um namorado

Quando disse isso pro meu psiquiatra, ele aumentou a dose do meu Fluoxetina (é que aqui, quem faz terapia com psicólogo, obrigatoriamente precisa ser acompanhado por psiquiatra). "Mas como assim? Tu nunca nem beijou na boca?". Beijar eu beijei, incluindo meu melhor amigo, o que fez com que a amizade, aos poucos, acabasse. Também teve aquele cara que conheci pela internet, estudávamos na mesma faculdade, tínhamos o mesmo orientador da monografia, mas que nunca havíamos nos cruzado pelos corredores.
Com esse a coisa foi um pouco mais "séria". Parecia namoro, a gente saia de mãos dadas, ia ao cinema, tomava sorvete... mas não me dava segurança, tinha certeza de que quando ele me deixava em casa, já tinha outra na esquina esperando. Até que um dia perguntei se ele estava namorando e a resposta foi: "tô quase, quase sim". Como assim, "quase sim"? Ou tá ou não tá, porra!. Foi um sofrimento. Sempre que via os dois, pelo Orkut, trocando declarações de amor, me doía o estômago ao ponto de correr pro banheiro vomitar. Nessa época, fiquei tão magra a ponto de ir ao nutricionista pra um regime de engorda (não adiantou muito, já que perdi meio quilo no primeiro mês). Mesmo namorando, a gente não parou de se ver, saia e tal, mas como pessoas civilizadas, amigos, sem pegação, sem beijo (não seria justo nem pra mim, nem pra ele, muito menos pra namorada do cara). O namoro terminou e no ano seguinte, lá estávamos nós de novo. Eu sabia que aquilo me fazia mal, não era uma relação saudável, mas não sabia como sair dela. Até que ele parou de me procurar, de ligar, sumiu do mapa. Simples assim. Tentei ligar, afinal, eu precisava de respostas, mesmo tendo consciência de que seria um sonoro "não", queria, necessitava ouvir. Mas nem pra isso ele teve colhões. Essa doeu demais, me fez questionar um monte de coisas, pois "eu tinha que ter feito algo pro menino ter fugido daquele jeito".
Tudo superado, agora tá decidido: posso muito bem ser feliz sozinha, não necessariamente preciso de alguém ao meu lado pra viver feliz. E assim foi por alguns anos.
Até reencontrar, pelo Orkut (olha ele aí de novo), o garoto por quem fui/sou apaixonada desde os meus 15 anos (assim considero, já que nunca o esqueci). Puxei papo sem segundas intenções, juro. Aos poucos, já não dava pra negar que existia algo a mais acontecendo ali. Chegamos ao ponto de trocar 50 (CINQUENTA!) e-mails por dia (EM UM ÚNICO DIA!). Passamos quase três anos nesse "namoro" virtual. Três anos, Itanna? Pois é... não dava pra marcar um encontro ali no shopping, por exemplo. Ele é de outro país (mas passou uma temporada no Brasil, foi quando o conheci). Cheguei a dizer que nunca o visitaria. E se o garoto fosse do tipo Dexter Morgan, me jogasse aos pedacinhos em sacos de lixo no meio do Pacífico? Falando sério, o medo rolava entre os dois lados. E o que mais martelava na minha cabeça era "ok, eu vou, vejo que não era nada do que pensei e fica tudo bem... mas e se não fosse, como poderia fazer dar certo?" Nessa embromação, a gente desistiu da ideia de viver essa história algumas vezes.
Até que um dia, fechei os olhos, respirei fundo e fui! O pavor de passar 12 horas sozinha na madrugada de São Paulo foi fichinha perto do que seria encontrá-lo, enfim. Toda angústia sumiu ao vê-lo na sala de desembarque do aeroporto, nada de desmaio, como imaginei. Foi como se estivesse revendo um parente querido. Nunca me senti tão bem na presença de uma pessoa. Foram os cinco dias mais incríveis da minha vida.
O texto será breve a partir de agora porque meu teclado não é à prova de lágrimas, só posso dizer que a gente tentou fazer a promessa da despedida valer.
Acontece que a distância não separa somente os corpos e não dá pra viver um amor de Whatsapp.



14 comentários:

  1. Que texto incrível! Tudo isso aconteceu mesmo? Bem, eu imagino que sim, afinal suas palavras soaram muito verdadeiras, mesmo estando apenas escritas. Além disso, me identifiquei com algumas partes... como aquela que você diz "eu tinha que ter feito algo pro menino ter fugido daquele jeito": porque a gente sempre acaba achando que a culpa é nossa, né? Asuhausha'

    Beijos ♥ Jeito Único

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  2. Oi,
    Achei texto bastante emocionante e cativante(apesar de ter algumas partes tristes).

    Páginas em Preto

    Beijos

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  3. E se eu disser que eu só tive dois namorados um era da minha cidade e eu o conheci por MSN, tínhamos amigos em comum. E até uma colega tinha ficado com ele, a relação durou um ano e meio. O outro eu conheci no orkut, na época namorava o do MSN e ficamos amigos, ai eu terminei com o do MSN e depois de dois anos me encontrei com o do Orkut e ficamos. Seis meses depois ele veio me v e começamos a namorar e até hoje juntos, tipo ele mora em outro estado, mas estamos ai, firme e forte, pq o q nos guia é a confiança um no outro, se n tiver confiança n vai dar certo e n se obrigue a ter uma relaçao sem confiança, pois vai te causar muito sofrimento, mas tentar confiar também pode ser um começo...

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  4. A verdade é que a existência humana é muito mais complicada que os romances escritos. Nada acontece da forma que planejamos(ou que os outros planejam), cabe a nós sermos felizes antes de tudo, depois dividir com alguém; seja ficando, namorando, casando. A pressão social de só ser feliz do lado de alguém é o que estraga essa busca. Itanna você sempre foi muito corajosa, me orgulho muito!

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  5. Uau! Aconteceu mesmo?! Bem, independe do sim o do não uma digo, tudo tem a sua hora...
    Bjs

    http://achadosdamila.blogspot.com.br/

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  6. Encontrei esse texto por acaso no tumblr e quis tirar apenas um trecho pra te mostrar mas não deu, tem que ler todo:

    “Às vezes as pessoas que amamos nos magoam, e nada podemos fazer senão continuar nossa jornada com nosso coração machucado. Às vezes nos falta esperança. Às vezes o amor nos machuca profundamente, e vamos nos recuperando muito lentamente dessa ferida tão dolorosa. Às vezes perdemos nossa fé, então descobrimos que precisamos acreditar, tanto quanto precisamos respirar… É nossa razão de existir. Às vezes estamos sem rumo, mas alguém entra em nossa vida, e se torna o nosso destino. Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas, e a solidão aperta nosso coração pela falta de uma única pessoa. Às vezes a dor nos faz chorar, nos faz sofrer, nos faz querer parar de viver, até que algo toque nosso coração, algo simples como a beleza de um pôr do sol, a magnitude de uma noite estrelada, a simplicidade de uma brisa batendo em nosso rosto. É a força da natureza nos chamando para a vida. Você descobre que as pessoas que pareciam ser sinceras e receberam sua confiança, te traíram sem qualquer piedade. Você entende que o que para você era amizade, para outros era apenas conveniência, oportunismo. Você descobre que algumas pessoas nunca disseram eu te amo, e por isso nunca fizeram amor, apenas transaram… Descobre também que outras disseram eu te amo uma única vez. E agora temem dizer novamente, e com razão, mas se o seu sentimento for sincero poderá ajudá-las a reconstruir um coração quebrado. Assim ao conhecer alguém, preste atenção no caminho que essa pessoa percorreu, são fatores importantes: a relação com a família, as condições econômicas nas quais se desenvolveu. (dificuldades extremas ou facilidades excessivas formam um caráter), os relacionamentos anteriores e as razões do rompimento, seus sonhos, ideais e objetivos. Não deixe de acreditar no amor. Mas certifique-se de estar entregando seu coração para alguém que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá. Manifeste suas ideias e planos, para saber se vocês combinam. E certifique-se de que quando estão juntos, aquele abraço vale mais que qualquer palavra. Esteja aberto a algumas alterações, mas jamais abra mão de tudo, pois se essa pessoa te deixar, então nada irá lhe restar. Tenha sempre em mente que às vezes tentar salvar um relacionamento, manter um grande amor, pode ter um preço muito alto se esse sentimento não for recíproco. Pois em algum outro momento essa pessoa irá te deixar e seu sofrimento será ainda mais intenso, do que teria sido no passado. Pode ser difícil fazer algumas escolhas, mas muitas vezes isso é necessário. Existe uma diferença muito grande entre conhecer o caminho e percorrê-lo. A tristeza pode ser intensa, mas jamais será eterna. A felicidade pode demorar a chegar, mas o importante é que ela venha para ficar e não esteja apenas de passagem…”
    Luís Fernando Veríssimo.

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  7. Muito bom esse texto, gostei bastante

    Beijos
    @pocketlibro
    http://pocketlibro.blogspot.com

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  8. Isso tudo aconteceu mesmo? Poxa, é lindo, mas doloroso...
    Gatinha estou atualizando o meu canal do youtube com vídeos semanais, visite e se gostar se inscreva. Beijinhos.
    Canal: http://www.youtube.com/user/isabelyrogrigues
    Blog: http://fasesdegarota.blogspot.com.br/

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  9. Ameeeei o texto! Um dos melhores que você já postou aqui!

    Beijoos, Ana Carolina.
    http://simplesglamour.blogspot.com.br/
    Instagram: @simplesglamour

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  10. Meu Deus! Se isso aconteceu mesmo, puta que pariu cara o.o eu tbm já tive que ir no psiquiatra por conta da psicóloga.. Tem post novo no meu bloguito, passa lá depois ;)

    woolovely.blogspot.com.br

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  11. Oi, só esperando atualizar aqui ^^
    Gatinha tem vídeo novo lá no canal, corre!
    Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=sbKGJlyghOI&feature=c4-overview&list=UUE3spIcPq-x-gdjwS8KUfgw
    Blog: http://fasesdegarota.blogspot.com.br/

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  12. Vou guardar sempre esse post na memória :)

    Beijos
    macaaverdee.blogspot.com

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  13. Esse texto é real ou estou me sentindo emocionada por ficção? :(

    www.adolecentro.com/

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  14. Ameii o texto e reflete exatamente como eu me sentia quando era mais nova! Cada um tem seu tempo, estou com o meu primeiro namorado até hoje, fui a última a começar a namorar e a única que ainda estou, rsrs
    Beijos minha linda! :)

    Criei um canal no Youtube! O primeiro vídeo já está no ar, se inscreve e compartilha se gostar <3

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    www.makesemais.com


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