16 de julho de 2016

O que achei de Procurando Dory


A verdade é que todo mundo que assistiu Procurando Nemo se apaixonou por essa peixinha desmemoriada, que apesar de sua deficiência mental, seguia um mantra: "continue a nadar". E não importava o perigo, ela sempre dava um jeito de continuar nadando. Acontece que ontem fui ao cinema ver como foi a infância da pequena cirurgiã-patela. Impossível segurar as lágrimas já nos primeiros cinco minutos, quando seus pais, preocupados com o futuro de seu bebê, têm a atenção daqueles olhinhos rosa brilhando, atenta aos ensinamentos que levaria para a vida.
Seria lindo se não fosse angustiante. Não é um filme pra crianças. Claro, crianças merecem receber toda educação que puder, e isso inclui lidar com as diferenças e limitações. A ideia de incluir personagens tão intensos no universo infantil é incrível. Sei que são inteligentes, mas penso que alguns aspectos precisam ser explicados e discutidos em casa. O "oba-oba" do cinema tira a parte séria da história.
Achei que a Pixar fez uma versão animada de Um Estranho no Ninho, a maioria dos personagens sofrem de severos transtornos psicológicos.
Poderia escrever um livro só sobre minhas impressões sobre tudo o que vi. A perda de memória recente de Dory, a miopia da Destiny, o medo da beluga em usar seus "super poderes"... Tenho certeza que muita gente se identifica com essas características. Eu, por exemplo, me enxerguei em cada um deles. Como não amar a imperfeição e a busca de autoconhecimento da Dory?
Tenho mais de dois mil filmes cadastrados como "Já vi" no Filmow, mas em nenhum deles alguém me descreveu tão bem quanto o polvo Hank. Um antissocial, que quer, a qualquer custo, evitar sua reintegração à vida marinha, prefere viver na segurança de um aquário.


Procurando Dory é uma lição de vida, de inclusão e autoconfiança.Vale a pena pela diversão e discussão.

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